O contraste do fim
A fria lápide nova a luz da lua,
Feridas sob a sepultura,
Teu corpo agora imóvel,
Incurável, escuro, cheiro de morte.
Vários lamentos, talvez má sorte,
Flores murchas e velas a impregnar o ar,
Em sua nova morada, oh, alma penada,
De sofrimentos agora vãos.
Um anjo de concreto pairando quieto,
Corvos, corujas, morcegos, alienação...
Olhos que nunca mais verão a luz do Sol.
O que essas sombras aí fazem?
Agora são vossa companhia.
Depois da tua última respiração.
Corpo inerte, o pensamento se foi,
Perdeu os sonhos e os irmãos.
Luz, trevas, anjos, demônios,
Ainda em sua sepultura a vagar,
Mas nada mais interessa,
Encontrarão vivos para se apoderar.
As potestades que te afligiam,
Estão a sorrir, grunhir e a zombar.
Satisfeitas, missão cumprida e tu terás
A eternidade toda para descansar.